A partir da apropriação da faixa verde do canteiro central, a linha volta a ter seu caráter estético que fora esquecido dentro de sua função de divisão de segurança. Um percurso que não é para ser percorrido passa a ser abandonado e esquecido, porém sempre presente. Esta etapa é a continuação dos workshops de abordagens espaciais e inicia o trajeto para a ocupação irrestrita e não presencial da heterotopia da Zona Dessensibilizada Urbana, numa analogia direta ao termo DMZ (Demiliterized Zone – Zona Desmilitarizada), como uma faixa que existe com intuito de separar civilizações em potencial conflito.

O conflito inicial é a separação entre veículos e o Metro. As linhas de separação defendem cada um dos lados, criando uma barreira de proteção visual que induz o trajeto dos veículos. O conflito secundário é a movimentação de pessoas que, apesar de não haver qualquer tipo de proibição, sentem-se compelidas a não usar a faixa por sua natureza verde, artificialmente criada pelo urbanista, ainda que de forma estética, para aliviar o tom sério da avenida com a vegetação de menor manutenção possível, a fim de evitar maiores interferências e custos para a cidade.

Por não ser usada, a faixa verde torna-se território de ninguém, eventualmente atravessado por uma ou outra pessoa que insiste em cruzar fora das zonas demarcadas por toda a avenida.

Nessa abordagem executo um mapeamento do local utilizando o som como uma medida de tempo enquanto registro os pontos que passarão por intervenções e finalizo com sua limpeza, preparando para uma próxima ação.